A situação dos hospitais em Guarulhos e da saúde em geral enfrenta um dos momentos mais delicados dos últimos anos. Com déficit de médicos, unidades básicas de saúde (UBSs), unidades de pronto atendimento (UPAs), centros de especialidades médicas (Cemegs), além dos dois principais hospitais da cidade, o HMU (Hospital Municipal de Urgências) e o Hospital Pimentas-Bonsucesso, têm apresentado sérios problemas. A palavra de ordem para muitos moradores que precisam de atendimento é a mesma: espera.
Déficit de médicos impacta hospitais em Guarulhos, UBSs, UPAs e Cemegs
As filas para consultas, exames e cirurgias nas UBSs, UPAs e Cemegs se tornaram rotineiras. A falta de médicos e profissionais de saúde nesses serviços tem prejudicado o atendimento básico da população, levando muitas pessoas a buscarem alternativas em emergências hospitalares já sobrecarregadas.
Essa situação agrava ainda mais a pressão sobre o HMU e o Hospital Pimentas-Bonsucesso, que deveriam atuar de forma prioritária em urgências e emergências, mas acabam absorvendo uma demanda que não era prevista.
HMU e Hospital Pimentas-Bonsucesso: Hospitais em Guarulhos com atendimentos limitados
O HMU e o Hospital Pimentas-Bonsucesso reduziram significativamente sua capacidade de atendimento, aceitando apenas casos de urgência e emergência. A principal razão, segundo a Santa Casa de São Bernardo do Campo, Organização Social de Saúde (OSS) responsável pela administração dos hospitais, é o descumprimento de acordos financeiros por parte da prefeitura de Guarulhos.
A OSS alega que os contratos estabelecidos previam uma quantidade limitada de atendimentos mensais — 7 mil no caso do HMU e 8 mil para o Pimentas-Bonsucesso. Entretanto, as demandas mensais ultrapassam esses números, chegando a mais de 16 mil e 21 mil atendimentos, respectivamente. Isso resultou em uma dívida acumulada de milhões de reais, que a prefeitura ainda não quitou.
Falta de manutenção agrava a crise
Outro fator que contribui para o colapso da saúde em Guarulhos é a falta de manutenção adequada nos equipamentos e instalações hospitalares. A UTI do HMU, um dos principais hospitais em Guarulhos, está fechada devido a problemas no sistema de ar-condicionado que já se arrastam há mais de um ano.
Funcionários do hospital afirmam que diversos ofícios foram enviados à Secretaria de Saúde, mas a solução nunca foi efetivada. A estimativa para o conserto do ar-condicionado seria de aproximadamente R$ 80 mil, um valor considerado baixo diante do impacto causado pelo fechamento da unidade.
Promessas da prefeitura
Em resposta às críticas, o prefeito Guti publicou um vídeo reconhecendo a gravidade da situação e prometendo uma solução ainda nesta semana. Segundo ele, a administração está trabalhando para resolver o problema da UTI e garantir que o serviço volte a operar plenamente.
Contudo, o prefeito também destacou que o município enfrenta dificuldades financeiras para arcar com os atendimentos excedentes. Apesar disso, afirmou que a prefeitura está criando mecanismos legais e financeiros para quitar as dívidas e assegurar o funcionamento dos hospitais em Guarulhos.
Superlotação de hospitais em Guarulhos e falta de planejamento
Além dos problemas financeiros e estruturais, a superlotação das unidades de saúde evidencia a falta de planejamento na gestão da saúde pública em Guarulhos. A alta demanda por atendimentos, causada tanto pelo crescimento populacional quanto pela vinda de pacientes de cidades vizinhas, não é uma novidade, mas continua sem soluções efetivas.
Os contratos estabelecidos com as OSSs não consideraram a realidade da cidade, que constantemente ultrapassa a capacidade contratualizada. Enquanto isso, a população paga o preço com longas esperas e atendimento precário.
A saúde pública de Guarulhos pede socorro
A crise na saúde pública de Guarulhos não pode mais ser ignorada. Com hospitais superlotados, setores fechados e um déficit alarmante de médicos, a população tem sofrido com a falta de assistência adequada.
Essa situação evidencia a necessidade urgente de um planejamento mais eficaz, maior transparência na gestão dos recursos públicos e, acima de tudo, um compromisso real com a saúde dos guarulhenses. A promessa do prefeito de resolver os problemas estruturais do HMU é apenas o primeiro passo. Mais do que promessas, a cidade precisa de ações concretas e imediatas.
Acompanhe as notícias e continue cobrando melhorias para a saúde pública. Afinal, o direito à saúde é garantido pela Constituição e não pode ser negligenciado.
Com informações de: Guarulhos todo dia
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